segunda-feira, 18 de abril de 2011

Em seu blog Kennedy Alencar dispara: Mercado aposta contra governo


Chegou ao Palácio do Planalto o seguinte alerta: o mercado financeiro está apostando contra as políticas monetária e cambial do ministro Guido Mantega (Fazenda) e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Traduzindo: o mercado acredita que ganhará mais dinheiro se puser suas fichas numa alta da inflação e numa desvalorização do dólar maiores do que vem dizendo o governo.

Isso é ruim para a economia real. E perigoso politicamente para a presidente Dilma Rousseff.

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Mudar ou não mudar

Como revelou o repórter Valdo Cruz na quinta (14/04), o governo já admite que a inflação vai ultrapassar o teto da meta oficial antes do que imaginava. Essa mudança de cenário é um complicador para a política monetária menos ortodoxa que Dilma cobra do seu Banco Central.

Alexandre Tombini, funcionário de carreira alçado por Dilma ao comando do BC, disse à sua chefe que a inflação estouraria o teto em agosto, mas que seria possível, com o aperto monetário em curso, um recuo da alta de preços até o final do ano. Ou seja, 2011 terminaria com inflação menor do que o teto da meta.

No sistema de metas de inflação, o Brasil persegue uma taxa de 4,5% ao ano, sempre de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampla). Para acomodar choques, há uma margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais e para menos. Ou seja, o centro da meta é de 4,5%. O teto, 6,5%. O piso, 2,5%.

A previsão de Tombini se mostrou errada. O teto deverá ser ultrapassado neste ou no próximo mês --sempre levando em conta a inflação acumulada nos últimos 12 meses.

Nos bastidores do governo, circula a versão de que Tombini teme propor a Dilma uma mudança de estratégia.

A presidente traçou um plano de combate à inflação mais suave do que o implementado pelo BC do governo Lula. A intenção de Dilma e Tombini era trazer a inflação para o centro da meta até o final de 2012. Ao fazer o serviço em 24 meses, sacrificaria menos o crescimento da economia.

Como o cenário mudou para pior, seria coerente uma correção de rumos. Essa é uma decisão que Dilma terá de tomar ou não em breve. A reunião em que o BC define a taxa de juros acontecerá nas próximas terça e quarta, 19 e 20 de abril.

Kennedy Alencar

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