A indicação de Carstens, atual presidente do banco central do México, vem em meio a pedidos dos países emergentes para que se leve em consideração um candidato do mundo em desenvolvimento e que a vaga de diretor-gerente do FMI não vá automaticamente para um europeu, como tem ocorrido tradicionalmente desde a criação do organismo.
"Não tenho dúvidas de que a América Latina merece isso. Não tenho dúvidas de que neste momento o candidato que se encontra à mesa, que é Agustín Carstens, preenche todas as condições", disse Moreno à Reuters no fim de uma reunião sobre responsabilidade corporativa organizada pelo BID.
O cargo de diretor-gerente do FMI ficou disponível após a renúncia do francês Dominique Strauss-Kahn, preso em 14 de maio acusado de tentar violentar sexualmente uma camareira de um hotel em Nova York.
Apesar da reclamação dos países emergentes em relação à hegemonia europeia no FMI, uma das candidatas mais firmes para encabeçar o organismo é a ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, que anunciou na quarta-feira sua candidatura para suceder o compatriota Strauss-Kahn.
Moreno disse que Carstens conheceu pessoalmente muitas das crises econômicas enfrentadas pela região no passado e destacou sua experiência como funcionário da entidade financeira internacional.
"É preciso entender que no mundo em que estamos, os países em desenvolvimento não criaram a crise ... espero que se ouça com muita clareza que esse tinha que ser um processo aberto, transparente e competitivo", disse Moreno.
"Esse é o momento, como dizia alguém, de realmente olhar o mundo em que vivemos e reconhecer que há uma nova realidade", indicou Moreno.
(Reportagem de Daniela Desantis)
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